sexta-feira, 17 de abril de 2020

Coisas para se pensar antes de abraçar a “visão” MDA - Por Pedro Sobral.


De alguns anos pra cá podemos observar que na maioria das igrejas encontram-se placas com um coração colorido desenhado, esse logo tem o intuito de anunciar que aquela igreja possui células e que esta enquadrada na “visão” do MDA. Esse movimento tem crescido de forma gigantesca e trazido com sigo muitas, muitas coisas para serem pensadas e repensadas, pois essa metodologia de crescimento tem feito muito mais mau para o Cristianismo genuíno do que se pode imaginar…

Por isso, mediante a urgência de esclarecimento sobre o problema dos pressupostos desse movimento, iremos destacar alguns pontos bíblicos importantes que a “visão” do MDA em sua prática acaba se opondo o que consequentemente acaba fazendo com que esse sistema seja muito perigoso para a vida da Igreja de Cristo que pretende glorificar a Deus.

É importante abrir um parenteses aqui e salientar que este texto esta sendo escrito por alguém que fez parte desse sistema liderando células, multiplicando, “discipulando” e obedecendo fielmente a todas os princípios que são “os mandamentos” para uma célula “saudável” (bem sucedida) por um período de quase três anos. Outro aspecto importante para a leitura deste texto é que não iremos expor (pelo menos por enquanto) todos os detalhes da “visão” do MDA, mas sim pontos bíblicos que essa metodologia ignora e contradiz distanciando as pessoas da verdade.

O primeiro ponto a se pensar é:

Sobre a diversidade dos dons e a unidade do Corpo de Cristo

Efésios 4: 7-16 (ARA) nos diz:

7 E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.
8 Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens.
9 Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra?
10 Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas.
11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,
12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,
13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”
14 para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.”
15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.

Ao lermos o texto acima, podemos perceber que os dons que são dados pelo Espírito são direcionados ao crescimento, amadurecimento da igreja, ou seja, esses dons/ministérios aparecem como a forma divinamente inspirada para que a igreja se mantenha em unidade e vá sendo aperfeiçoada (v. 11 e 12), o que nos leva a crer que Deus já delineou a estrutura correta para o desenvolvimento da sua igreja. Por isso na tentativa de sermos contemporâneos seguindo a visão do MDA acabamos deixando de lado essa estrutura, pois de certa forma as células tomam o espaço desses mistérios e estreitam a diversidade dos dons, o texto de 1 Coríntios 12:4-14 (ARA) nos diz:

4 Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.
5 E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo.
6 E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.
7 A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso.
8 Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento;
9 a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar;
10 a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las.
11 Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.
12 Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
13 Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.

Como podemos observar nos grifos o texto mostra que há diversidade de dons e é o próprio Espírito que distribui segundo a sua vontade, portanto a unidade do corpo de Cristo é acompanhada da diversidade, pois sem diversidade os membros do corpo ficariam “engessados”. E o método de colocar a igreja em células traz a obrigatoriedade de que todos os dons sejam exercidos nas reuniões de pequenos grupos, mas na verdade devido a responsabilidade de liderar e de cumprir com a estrutura das células os líderes deixam de exercer seus dons verdadeiros, pois tudo fica padronizado e resumido em ser líder de célula.

Vale ressaltar que para ser líder é preciso ter o dom para pastorear devido ao tempo contínuo que a pessoa vai ter que cuidar de outros, a necessidade de ensinar a bíblia e aconselhar, e assim a pessoa que assumiu uma célula, mas não é vocacionada para o pastoreio vai deixando a diversidade morrer, por exemplo, podemos ver os ministérios de diversas igrejas minguar, pois as pessoas que cuidavam e participavam dos mesmos hoje precisam liderar ou frequentar uma célula fazendo com que todo o seu tempo e esforços sejam gastos em uma função que na maioria das vezes não tem haver com o dom que ela recebeu de Cristo.

Todas as vezes que se fala sobre ser líder de uma célula a palavra chave usada é “motivação”, creio que motivação é importante, todavia se a pessoa não tem um dom pra liderar como um pastor a motivação não vai durar muito tempo, pois o que deve sustentar a pessoa deve ser o Espirito e a convicção de que Deus o capacitou pra exercer aquele dom e ou ministério.

Conclui-se então que a ideia de fazer com que todos os membros virem líderes ou participantes de células não é saudável, pois por mais que se pense que é possível exercer esses dons na célula podemos constatar que isso não irá acontecer pelo fato das pessoas terem que gastar todo o seu tempo se preparando pra cumprir a metodologia da célula, com treinamentos que tentam aperfeiçoar um dom que ela não têm, o que não é bíblico, pois na bíblia é ensinado que:

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. (1 Pe 4:10 ARA)

Pois bem, no post de hoje iremos expor mais um ponto bíblico importante negligenciado pelo MDA, que seria:

Sobre líderes precoces:

 1 Timóteo 3:1-12 (ARA):

“1 Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja.
2 É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
3 não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento;
4 e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito
5 (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);
6 não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.

7 Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo.
8 Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância,
9 conservando o mistério da fé com a consciência limpa.
10 Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato.
11 Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.
12 O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa.
13 Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus.”

Não quero entrar no mérito de cargos e posições dentro da igreja na esfera eclesiástica (Pastores, Presbitérios, Diáconos e etc.), o que quero é aproveitar o ensino contido nesses versos para alertar sobre a preparação das pessoas que exercem liderança, partindo do pressuposto de que o objetivo da visão do MDA é gerar líderes em larga escala, creio que este texto de 1 Timóteo pode ser muito útil, pois vemos nitidamente as “qualificações” que uma pessoa precisa ter para exercer liderança.

Muitas dessas qualidades só podem ser encontradas em pessoas que passaram pelo novo nascimento e que de fato são novas criaturas em Cristo Jesus, pois isso envolve a mortificação dos desejos da carne, algo que todo cristão deve ter independente de cargo ou função, mas há pontos específicos de quem foi chamado por Deus para o ministério, por exemplo; “apto para ensinar”, com certeza estar apto para ensinar é algo que vai demandar tempo e dedicação como diz o texto de Romanos 12:7b (ARA) – “ou o que ensina esmere-se no fazê-lo”, e ensinar de forma proveitosa é um dom.

Assim, encontramos na visão do MDA uma falha que em longo prazo gerará grandes consequências no corpo de Cristo, a má qualificação dos líderes em estarem aptos a ensinar levará a igreja pra longe de Cristo ao invés de aproximar, quem não conhece a sã doutrina e não tem as convicções de fé bem estabelecidas e bem claras vai usar o tempo da célula falando o que? O tempo da célula se tornará um momento de “eu acho” e de experiências pessoais sendo ditadas como verdades absolutas, promovendo assim ensinos que não podem edificar a vida dos que ouvem, sendo assim fica evidente que não é possível desassociar liderança de célula de pastoreio e de ensino, pois liderar é pastorear e pastorear é ensinar.

Outra questão nesse texto de 1 Timóteo que me preocupa é: “não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo”, pensando por esse prisma vemos que a visão do MDA ignora totalmente esse texto, afinal conforme as multiplicações vão ocorrendo, mais cedo ou mais tarde recém convertidos assumem células, assumindo assim o papel de pastorear e ensinar sem estarem preparados para tal.

Há inúmeros exemplos de células por ai em que lideres que foram batizados a pouco tempo e estão na fase do leite espiritual que já assumiram o cargo de líder de célula, fato esse que pode colaborar para que esse recém convertido seja conduzido ao pecado ao invés de primeiramente crescer de forma sadia consolidando a fé.


Portanto, a visão do MDA falha ao propor a ideia de formar líderes precoces, pois liderar um grupo não é só repetir a pregação que foi ministrada no domingo anterior, mas sim requer uma vida de bom testemunho, requer maturidade e uma fé bem nutrida, requer convicção de que a pessoa possui o dom para pastorear, requer disposição para aprender e ensinar e requer dar a vida pelas ovelhas, ou seja, isso é um fardo esmagador para um recém-convertido carregar ou alguém que ainda não deu muitos passos na vida cristã.

Hoje o nosso tema será:

Sobre os Valores Invertidos do Evangelismo

Romanos 1:16-17 (ARA) nos diz:

“16 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego;
17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.”

Devido à maneira como as pessoas têm se relacionado com o evangelho e o evangelismo dentro do contexto da visão do MDA a pregação do evangelho está sendo substituída, se assim podemos dizer, por um “evangelismo social” devido ao método aplicado para se alcançar pessoas. Ao evangelizar, os membros ou os líderes das células chamam as pessoas pra perto de si para se tornarem amigas, depois levam para as reuniões da célula onde a pessoa “evangelizada” será enturmada com os demais membros, participará de muitos momentos de lazer, e após estar socialmente feliz e satisfeita a pessoa será levada ao culto no domingo, no prédio da igreja o pastor responsável pela pregação é que vai basicamente evangelizar a pessoa através da ministração.

Não se deve descartar que aproximar pessoas é fundamental no evangelho, pois em todo o contexto da igreja primitiva, viveu-se em pequenas comunidades onde todos eram conhecidos de todos, mas o ponto que deve ser pensado é: As pessoas estão tendo suas vidas mudadas pelo evangelho e estão indo à igreja em busca de Deus? Ou as pessoas estão felizes por terem amigos, por participarem de lanches coletivos às quartas-feiras e por fazerem passeios e churrascos e etc.? Ou seja, as pessoas estão apenas buscando ser aceitas socialmente e isso será suficiente pra elas independente do evangelho? 

A questão é que ao lermos Romanos 1:16-17, Paulo enfatiza que: “o evangelho é o poder de Deus para a salvação…” e que “a justiça de Deus se revela no evangelho…” assim, podemos crer que quando a mensagem da Cruz é pregada fielmente os esforços em aplicar métodos se tornam pobres, pois temos nas mãos a própria verdade de Deus suficiente para mudar a história dos pecadores, não podemos tardar em pregar o evangelho, não podemos substituir a pregação clara e objetiva da obra de Cristo na cruz por um sistema de socialização. O Apóstolo Pedro em sua primeira pregação em Atos 2:14-47 é exemplo, pois cheio do Espírito proclamou a verdade da obra de Cristo e após a verdade ter encontrado os corações houve uma numerosa quantidade de convertidos e só depois vemos no v. 42: “E preservavam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” e no v. 44: “Todos que creram estavam juntos e tinham tudo em comum” que a questão social se tornou forte e nascendo espontaneamente, isso só se deu porque Cristo era o bem mais precioso que eles tinham em comum.

Nessa mesma perspectiva é interessante analisarmos o texto de 1 Coríntios 1:17,18,21-24 (ARA) que diz:

17 Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo.
18 Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.
21 Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.
22 Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria;
23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;
24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

É notória a ênfase do Apóstolo Paulo ao dizer que o evangelho é “loucura” e “escândalo” e que Cristo é o “poder e sabedoria de Deus”, ou seja, ao pregarmos o evangelho fielmente o primeiro contato vai causar um “choque”, uma sensação de desconforto, pois a palavra é uma espada afiada de dois gumes que vai dividir o coração da pessoa ao meio e assim promover o novo nascimento ou uma revolta contra a escandalosa obra de Cristo.

Assim, pois, não se pode deixar os métodos de socialização do MDA se tornarem mais fortes que a pregação de Cristo, a fiel pregação por si só é o poder que a igreja precisa pra trazer novas pessoas pra Deus.

Créditos pelo estudo: Pedro Sobral do site Ao Amado Timóteo.

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